Diálogos entre a Comunicação Organizacional e Educação - analogias sob a ótica social



Inspirado no artigo de Aurélio Favarin – Quem acredita na gente? – publicado no portal Nós da Comunicação, resolvi, em primeiro lugar comentar o seu texto, mas como sabia que falaria muito, decidi transformar este comentário num escrito. Estou passando por uma situação parecida. Migrei para o sul do país a fim de aprofundar os estudos e a carreira profissional, recebendo recomendações, desde familiares até a mídia de que a região sul é a mais fria do país. E ao chegar lá, acredite se quiser, uma garota comentou dizendo que o estado era o Recife e não Pernambuco.

Não obstante, em outra situação; um programa de TV levou ao congresso o mapa do nordeste perguntando aos parlamentares onde ficava o Estado de Pernambuco. A maioria não sabia onde ficava. Mas todos sabem onde fica a Bahia?! É o que acontece quando externo as primeiras palavras para alguém desconhecido. “Você é baiano?”

Parece irrelevante essa contextualização, mas, em termos de comunicação e, sobretudo de educação, não podemos deixar de lançar luz sobre essa complexidade. Onde e como entra o papel dos meios de comunicação social em nosso cotidiano?

Ao que me parece, o que está por traz desse tema é uma questão de fundo, que tem sua pedra fundamental na educação – enquanto formação de cidadãos. Em termos de geografia e história do Brasil já ouvi comentários em escolas de ensino fundamental como: a capital de Pernambuco é... Fortaleza? Ou “porque você fala assim?” Se referindo às varações fonéticas dia, djia, tio, txia. Mas aí já entraríamos em outra discussão, com teor linguístico. Talvez coubesse outro comentário (digo texto).

O papel da comunicação nestes ambientes também se faz presente, ao passo que é através dela que se processam dezenas de milhares de informações, derrubando estas mesmas fronteiras geográficas e aproximando a história recente de nosso país à realidade social de nosso tempo. Tendo a instituição de ensino como uma organização social com fins educacionais é preocupante para mim, enquanto comunicador, ter o cuidado de trabalhar essas particularidades.

Portanto, nos ambientes corporativos não é diferente. Admitindo que estes são um reflexo da sociedade, as organizações (empresas) também assumem papel de veículos de comunicação quando, de dentro de suas fronteiras saem profissionais propagando a ideia de que sua empresa é uma das melhores em que já trabalhou. Isto é, além de ser um ambiente onde se desenvolvem formadores de opinião, também ajudam a construir sua imagem e fortalecer sua reputação, ao se estabelecer uma relação entre mídia (formadora de opinião), empresa (formação profissional) e cidadão (mediador). É iminente e inevitável, para não dizer fundamental.

Por Danilo Mrinho


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