Comunicadores perdem o controle das marcas no mundo digital

“Estamos perdendo o controle sobre nossas marcas e sobre como os consumidores a estão percebendo”. Esta foi a constatação inicial da terceira conferência internacional, desenvolvida no 12º Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa pelo vice-presidente da Ketchum Atlanta, Patrick Foarde. O evento foi organizado pela MegaBrasil entre os dias 27 e 29 de maio de 2009 no Centro de Convenções Rebouças em São Paulo/SP. Por isto, ele sugere a identificação do que chama de “hackers da marca”, que produzem conteúdos sobre empresas e seus produtos, buscando uma política de aproximação produtiva.

O Technorati State of the Blogosphere de 2008 apontou que quatrode cada cinco posts em blogs tratam de marcas e corporações. O Media Myths Realities constatou que o número de consumidores norte-americanos que lêem blogs dobrou de 2006 para 2008, sendo que 16% deles dizem não confiar em dados de blogs corporativos. Este panorama mostra a complexidade do trabalho atual dos comunicadores. O cidadão desenvolve um senso de propriedade sobre a marca e cada vez mais deseja participar da criação e do posicionamento dela. Neste sentido, as corporações precisariam ser autênticas e transparentes e então saber empregar esta inteligência coletiva em proveito da reputação.

Para Maria Cláudia Bacci, diretora da FSB PR Digital, o mundo está mudando rapidamente, tanto na maneira de comprar e trabalhar quanto de pensar, comunicar-se e obter e dividir informação, afora interagir com o mundo. A internet seria a protagonista desta mudança, com seu caráter democrático, sem hierarquia e filtros, interativo, customizável e sem limite de espaço e tempo, onde o indivíduo tem poder. Estas alterações chegaram na mídia convencional, que se move para o ambiente online. Afinal, como divulgou a comScore Mediametrix, os 50 maiores jornais norte-americanos chegam a 21 milhões de pessoas, e somente o portal Yahoo! News chega a 37 milhões por dia. Pesquisa do Instituto FSB, feita em 2008 com 563 jornalistas, mostra a internet com 56% da preferência como fonte, ficando 27% para jornais.

Outro dado expressivo e comprovado, segundo o Ibope Ratings, é de que 34% do tempo gasto na rede acontece nas redes sociais, chegando a 90% dos internautas brasileiros. O crescimento do número de usuários da internet cresceu 24% em um ano, mas a freqüência às redes sociais cresceu na faixa de 100%. Por “redes sociais”, entende-se qualquer mídia em que o usuário possa produzir conteúdo, canais que reúnem pessoas com os mesmos interesses e opiniões. Nelas, o boca-a-boca adquire outra dimensão: enquanto no off-line um consumidor satisfeito conta para outra pessoa sua realidade, e o insatisfeito conta para 10 pessoas, na rede a conversação chega a 220 pessoas em média nos casos negativos.

Maria Cláudia então defende o RP Digital, que tem a mesma função do tradicional, no sentido de construir e manter relações entre organizações e públicos, mas no ambiente online há uma potencialização de pesquisa, diálogo, relacionamento, exposição e transparência. O RP fica responsável por monitorar a presença da marca na web, identificar aliados e opositores, estabelecer canal direto com o internauta, gerar conteúdo positivo e atuar de forma preventiva. (ler mais em mundorp.com.br)

Por Rodrigo Cogo / São Paulo

Comentários

  1. EStes números assustam realmente. E RP Digital hein?!?! Ótimo campo de atuação. Legal que as empresas sabem diferenciar os dois níveis, online e offline, e valorizam o profissional nestas relações.

    Abraços,
    Mateus d'Ocappuccino

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