Comunicação de Massa = Comunicação Dirigida, hein?!

Você já teve aquela sensação, ouvindo sua música preferida no rádio, lendo uma reportagem no jornal, vendo seu programa preferido na TV, de que as mensagens eram ditas para você? Parece que aquele programa de tv, reportagem do jornal e a música no rádio são enviados diretamente para cada indivíduo que, com ou sem contigüidade física, é atingido por elas de uma forma avassaladora a ponto de mudar sua postura diante dos fatos.

Esse fenômeno, atribuido à comunicação de massa, é um dos fenômenos mais bem planejados em termos de comunicação. Hitler e Mussolini conheciam bem o poder homogeneizador da comunicação de massa, utilizando o rádio e o cinema para espalhar suas ideologias e mobilizar a grande massa. Mas, falar em comunicação de massa nos remete, inevitavelmente, em falar sobre cultura de massa ou indústria cultural, resultado dos acordos entre os grandes veículos de comunicação e mercado.

Atualmente os detentores dos grandes veículos de comunicação de massa têm uma visão pessimista da sociedade. Baseiam a programação dos veículos de acordo com o nível de escolaridade da população. O produto e/ou serviço oferecidos em suas grades, na maioria, não dão à sociedade possibilidade de escolher uma programação adequada.

Na 2ª Guerra Mundial, Adorno e Horkheimer já previram esse mau uso dos meios de comunicação de massa e, talvez por isso, tenham sido perseguidos por Hitler. Sabe-se lá. O que caracteriza a cultura de massa, ou indústria cultural, grosso modo, são as manifestações culturais, as expressões, tradição, crenças de um povo. E quando essas expressões, tradições e crenças são fruto de um planejamento político-social a fim de atingir um determinado objetivo, a fim de manipular uma população...agora entendi porque os teóricos alemães (judeus) foram perseguidos por Hitler.

A Era de Ouro do rádio, a partir de 1920 e a expansão da televisão no início da década de 1950, transformaram completamente a sociedade. Nesse período, olhos e ouvidos da população viviam grudados nessas novidades, a procura de qualquer coisa que lhe dessa a sensação de intimidade que os veículos de comunicação proporcionavam.

Veio o século XXI, a globalização, teoricamente, essa sensação deveria estar extinta, né? Mas as coisas mudaram para permanecerem as mesmas. Percebemos mais claramente esses eventos nos interiores dos grandes centros urbanos, aonde nao chegaram todos esses fenômenos. Se fizermos um passeio pelas áreas mais distantes dos grandes núcleos urbanos, encontraremos senhores e senhoras que conversam com seus aparelhos de tv e rádio, ouvindo suas novelas e programações preferidas.

Por que será que ninguém consegue resistir àquele brega "rasgado" tocado no boteco lá da esquina, apesar de detestarmos esse tipo de música, por que será que não conseguimos resistir a esses reality shows, quando sabemos que são mera programação barata, fútil e sem conteúdo. Já sei! É porque do outro lado está nossa própria imagem e semelhança.

Agora, se isolarmos esses eventos e pegarmos cada momento em que o senhor ou a senhora, ao ouvir seu rádio, ou ver sua TV, tem a certeza de que os aparelhos estão falando com vocês e para vocês, isso seria comunicação dirigida? Quantas vezes nos pegamos ouvindo uma música que relata fielmente um fato de nossas vidas, ou uma reportagem que nos lembre um acontecimento, eles estão falando realmente conosco? Isso é comunicação dirigida.

Comunicação de Massa = Comunicação Dirigida (Cm = Cd). hein?!



por Danilo Marinho

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