TCC - um caso prático da complexidade empresarial (parte II)

Seguindo com o nosso trabalho, é chegada a hora de entrevistar os diretores da empresa. Mas antes eu preciso esclarecer umas coisas aqui. Eu não mencionei anteriormente que essa é uma empresa familiar, ou seja, seus mais altos cargos já estão ocupados por pessoas que dificilmente sairão de lá. E como tal, é uma empresa centralizadora como nós bem conhecemos o perfil de empresas familiares.

O primeiro foi o Diretor Financeiro. Informações colhidas: este apenas se comunica com o contador da empresa (aquele que também é RH). Com os demais funcionários têm apenas uma relação de “Oi, como vai?”. O diretor financeiro está totalmente alheio ao que se passa dentro da empresa, tanto no que diz respeito aos funcionários como também a tomada de decisões, pois, questionado a respeito de rotinas administrativas, foi ele mesmo que disse que não sabia responder aos questionamentos e que nós deveríamos falar com o irmão dele, o diretor comercial (já já a gente chega nele).

Nossa! É isso mesmo? Diretor financeiro só saber responder sobre finanças? Claro que não! Um diretor tem por obrigação participar de tudo que acontece na organização, ainda mais se essa organização lhe pertence. Mas aos poucos nós fomos entendendo o que acontecia. O DF (diretor financeiro) é o irmão mais novo da família que tem o irmão mais velho na direção comercial. As relações de casa foram levadas à empresa: o irmão mais velho manda mais! Assim é também na empresa, o DC (Diretor comercial) é quem toma todas as decisões sozinho e depois apenas comunica aos demais.

Decisões estas que dificilmente chega aos funcionários no tempo certo. É sobre ele que recaem as acusações de assédio moral. Mas ele foi bem sincero na sua entrevista, afirmou ter um modelo administrativo centralizador e que a alta rotatividade dos funcionários se deve ao modo como ele trata seus funcionários e admitiu ainda se dar melhor com as máquinas do que com pessoas. Minha nossa! Chamem um médico porque essa empresa está doente!

Agora, algumas divergências encontradas nos discursos:
- O DF diz que a administração é participativa, o DC diz que é centralizadora;
-O DC diz que em 2009 vai implantar um projeto de responsabilidade ambiental, o DF diz que nunca faria um projeto do tipo porque isso só seria mais gastos para a empresa e não lhes trariam retorno de nenhuma espécie.
- Um acha que a rotatividade não é um problema grave, o outro diz já ter tentado de tudo para resolver a situação.
-O DC tem certeza absoluta que todos os seus funcionários conhecem bem os objetivos e metas da empresa, o DF não soube responder.

Nesse caso os dois estão totalmente perdidos quando o assunto é integração. Bom pessoal,o trabalho vai ser dureza, mas nós adoramos desafios, no próximo texto falarei sobre as relações com alguns públicos externos e trarei para vocês o nosso diagnóstico. Vamos ver qual é o remédio certo para essa empresa que agoniza por um planejamento estratégico e um profissional de RP.

por Thayse Amorim (João Pessoa/PB)

Comentários

  1. Meu Deus! Tem certeza que esses diretores moram no mesmo planeta?


    Julio Queiroz

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  2. Bem, a empresa parece mesmo estar agonizando por um médico, os médicos da comunicação, no caso um Relaçoes Publicas, tomara que de tudo certo, parabéns pelo trabalho!

    Marcia Vieira

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  3. Estou acompanhando a história contada desse tcc e estou curiosa para saber os resultados do trabalho feito nessa empresa que eu não sei nem como está no mercado!

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  4. Não sei como essa empresa não fechou as portas.Com um Diretor Comercial despota e sem tino empreendedor, e um financeiro,me perdoe a ausência,completamente sem noção!?Meu Deus!


    Maria Lima

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  5. Eu tenho um bom remédio para esta empresa: concorrência séria com bons adomistradores, com conhecimentos ao menos básico em comunicação interna e que saiba pelo menos que um projeto ambiental não é apenas custos! aff..isso doeu de ler!

    Elza Santos

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