Outro Espelho


Alguém conhece a história de Narciso? Um garoto que se apaixonou pela própria imagem refletida na água. Existem diversas versões, porém, todas elas comungam da opinião de que ele perdera a noção da realidade para contemplar algo fictício.

Relações Públicas tem seus conceitos diretamente associados à gestão de imagem e identidade organizacional. Responsabilidade Social, consciência ambiental, aquecimento global, violência, são fatores que servem de suporte para as relações públicas auxiliarem as empresas a tomarem posturas estratégicas frente aos seus públicos de interesse.

Tais posturas implicam em ações transformadoras, que permitam apresentar novas perspectivas de futuro nas relações empresa/cliente, empresa/sociedade, empresa/governo, empresa/fornecedor. No entanto, muitas empresas, deslumbradas com os resultados positovos das primeiras ações, caem no que chamo de "Armadilha do Espelho". Isto é, admiram demasiadamente suas ações e acabam por esquecer da verdadeira realidade em que estão inseridas.

Esse conflito narcisista, contextualizado na pós-modernidade, é o que considero como o conflito do século, visto que no mundo corporativo as empresas necessitam aparecer, consequentemente se admirar. Uma questão de vaidade.

Aproveitar todos esses espelhos que o mundo globalizado deu de bandeja, permite dizer aos cirurgiões plásticos (RP): "Tira um pouco da minha papada, meu queixo está muito gordo". Entretanto, quando a imagem se sobrepõe a identidade, é crise na certa.

Parece paradoxal esse pensamento, mas é uma realidade bastante presente em empresas de pequeno é médio porte, claro estou supondo que tais empresas não possuem uma política de comunicação definida pelos seus gestores. Parafraseanda Cláudia Vau, "as RP são frequentemente associadas a boa imagem da empresa".

A imagem pode e tem um valor quase incomensurável quando traz consigo diversos outros valores como: credibilidade, reputação, confiança e personalidade. Todos esses substantivos ganham mais projeção no mundo corporativo porque, vinculados ao conceito de imagem são amplamente disseminados, de alto poder estratégico. E estratégia se constitui num elemento fundamental para as organizações.

Imagem e identidade são co-existentes. Um é o resultado de um conjunto de características construídas ao longo de sua existência, refletidas a partir da adesão de novos indivíduos. Por isso o trabalho de relações públicas é importante. Para que não reduzam os conceitos de identidade corporativa a meras concepções visuais, a mera disposição de símbolos e slogans nos outdoors, banners, folders, cartazes e outros instrumentos de divulgação.

Por Danilo Marinho

Comentários

  1. Adorei o texto. Parabens pelo Clube!

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  2. Muito bom mesmo o texto.
    Parabéns Danilo e toda a equipe do Clube RP.
    Precisamos dessa iniciativa.

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