Conteúdos mobilizadores precisam estar na pauta da comunicação corporativa

Definir linhas de atuação de trabalho, norteadas por sólidos princípios éticos e morais e com preocupação constante com a solução dos grandes problemas da sociedade é atualmente o grande desafio para a cadeia dos prestadores de serviços na comunicação. É também foi o tema central do Unomarketing - Comunicação Consciente, evento integrado por feira e seminário internacional de Marketing Sustentável e organizado pela Sator nos dias 2, 3 e 4 de junho de 2009 na Federação do Comércio do Estado de São Paulo/Fecomércio na capital paulista. As discussões estiveram pautadas em torno de questões como o desenvolvimento pessoal, o avanço tecnológico nos mais diversos campos de atuação, os valores culturais e organizacionais e a responsabilidade social e ambiental.

Christina Carvalho Pinto, sócia e presidente do Grupo Full Jazz Comunicação, aponta que parece que a idéia de consciência não combina com a criatividade, dado que “para ganhar a piada, às vezes se perde a decência”, onde jogadas de suposto bom humor na comunicação nem sempre contêm o melhor exemplo de cidadania ou integram estratégias de produtos e marcas éticos. Criação não seria meramente forma, mas também conteúdo. “Eu me preocupo em encontrar formas brilhantes de fazer conteúdos mobilizadores para as pessoas”, sintetiza. Ela analisa que os profissionais parecem “máquinas de fazedores de comunicação”, que picotam as etapas mecanicamente, e não vêem o “uno”, a interdependência, sem darem-se conta que “cada um de nós é o planeta em si mesmo”. Uma parte desta conduta pode ser atribuída ao conceito esquizofrênico de que poder é “ter” e acumular em comparação ao outro, e não “ser”. Sem mexer no eixo central da essência individual, segundo a publicitária, não teria sentido buscar ações na outra ponta.

Contudo, a sensação de que as organizações não têm a dimensão das mudanças que estão em curso, da quebra de paradigmas, não é mais verdadeira. Haveria toda uma rede positiva de busca do “eu consciente” e da visão compartilhada, ainda que por vezes em diferentes estágios. Todavia, constata que uma certa paralisia e desencanto advêm da mídia e da narração de uma história de banalização do ser humano. O esforço de implantar um novo enfoque e um outro espelho poderia vir de uma reanálise de cada propaganda, crônica, programa de TV, evento, patrocínio. “Estamos vivendo em nosso tempo a chance de não ter respostas, de ter a desestruturação e a falência dos órgãos e do que não era a verdade”, reflete Christina, sugerindo valorar o herói autêntico que traz em si uma coerência de um dia para então chegar à vida inteira. (ler mais em mundorp.com.br)

Por Rodrigo Cogo / São Paulo

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