Organizações reinventam comunicação interna para funcionários cada vez mais exigentes

Não tem como falar sobre comunicação sem ponderar sobre as mudanças no mundo corporativo, a eclosão de novas mídias e a necessidade de maior compliance, com controles cada vez mais rígidos inclusive para manter a credibilidade de muitas relações com ética e transparência mandatórias. E os funcionários estão invariavelmente integrados neste processo, agindo de maneira participativa e exigente, na opinião do administrador Carlos Parente, gerente de Relações Institucionais da Camargo Correa. Ele falou sobre o processamento da comunicação no cotidiano organizacional durante a terceira edição da conferência de Comunicação Interna da International Quality and Productivity Center/IQPC, realizada em São Paulo/SP entre os dias 24 e 26 de novembro de 2009 no Blue Tree Towers Paulista.

O investimento em conhecimento é o balizador da atualidade. O processo de CI não se dá somente na transmissão de fatos, mas também na maior consistência de conteúdo em forma de análises e opinião. O encadeamento de canais deve subsistir estes dois enfoques, constituindo molduras para diferentes destaques e profundidades das mensagens. Para Parente, “o factual em comunicação interna não transforma, e tem que ter veículo para tudo”. Com as novas demandas por seletividade, atratividade e credibilidade, a arma é evoluir: de comunicar para dialogar, de informar para compartilhar. Segundo o executivo, informar é para audiências passivas, ainda que depois possa levar à conscientização e à ação, e compartilhar dirige-se a audiências co-responsáveis em que o engajamento é a expressão da mensagem internalizada. A disseminação estratégica de mensagens deve prever contato com formadores de opinião interna e comitês multidisciplinares de comunicação como instâncias de apoio. Afinal, explica ele, o setor de CI aprova matérias com quem não é o público-alvo, e isto precisa de muito esclarecimento para não originar distorções. “E um ponto fundamental: todo comunicador é um educador, que maneja formatos de comunicação para formar, informar e transformar”, complementa.

REESTRUTURAÇÃO - A Pirelli é a quinta maior empresa do mundo no mercado de reposição de pneus, no qual o Brasil é um centro estratégico para a companhia, tendo recebido fortes investimentos para expansão da produção. São cinco fábricas: Santo André (SP), onde também está o board; Campinas (SP); Gravataí (RS); Feira de Santana (BA) e Sumaré (SP). Do total de mais de dez mil empregados, 93% são homens e 77% estão ligados ao processo de produção. O restante, 23%, é composto por empregados administrativos, com perfil profissional mais qualificado. Muitos são ‘carreiristas’ (liderança com tempo médio de 23 anos), mais críticos em relação à empresa e reticentes a novos projetos. As fábricas da Pirelli apresentam características regionais distintas, os centros de decisão estão distantes das áreas produtivas e sua força de vendas está pulverizada por todo o país. A cultura da empresa é predominantemente ‘industrial’, focada em produção, números e metas. O problema surgiu com pesquisas de clima organizacional apontando queda nos critérios de avaliação da “comunicação”, baixa adesão dos funcionários aos veículos internos e descrença dos empregados em relação ao discurso da empresa. Inicialmente, a empresa acreditava que poderia resolver esse problema aperfeiçoando os canais de comunicação interna. (ler mais em mundorp.com.br)

Por Rodrigo Cogo / São Paulo

Comentários