Pesquisa analisa os desafios e estratégias em Comunicação 2.0 das grandes empresas

Um levantamento exclusivo, realizado pela Fundamento Análises com 50 executivos de TI e Comunicação de 31 empresas nos três primeiros meses de 2010, foi alvo de um dos painéis do Web Expo Fórum, organizado no Centro de Eventos do Shopping Frei Caneca entre os dias 17 e 19 de março em São Paulo/SP. Mais de 500 participantes de vários estados brasileiros estiveram envolvidos numa maratona de 49 atividades ­ entre palestra, painel, keynote e workshop ­ com 68 ministrantes. Os resultados do estudo foram apresentados pela diretora de Planejamento da Fundamento Comunicação Empresarial, Adriana Panzini, e pela coordenadora do trabalho, Madu Troyano, e debatidos pelo diretor geral da Aberje e professor-doutor da Escola de Comunicações e Arte da ECA/USP, Paulo Nassar, e pelo consultor e professor Rogério de Andrade.

Evidenciando que a natureza das empresas ainda não está tão alinhada à velocidade que os meios digitais permitem e exigem, 52% dos consultados apontam a falta total de interação das organizações com seus públicos online. De todo modo, quando isto acontece, é através do Twitter (24%), Orkut (22%) e Facebook (17%), e depois os blogs (14%). Esta falta de interação é atribuída à ausência de estratégia definida (20%) e receio de se expor (20%), além de não verem benefícios para geração de negócios B2B (17%) e de reconhecerem não haver estrutura interna para atender as demandas (17%). Para Madu, “a aprendizagem contínua precisa passar pelo recebimento de críticas”, algo que as organizações não estão preparadas.

A maior parte das empresas afirmou começar a tentativa de interação através do setor de comunicação interna, que ajuda a disseminar a cultura Web 2.0 na empresa. Outra “porta de entrada” são sites com interação, que ajudam a monitorar o volume de interações e os  assuntos predominantes, afora ações pontuais que permitem monitorar repercussão, fechamento de negócios e geração de buzz. Como exemplos de sucesso foram citadas as redes sociais internas nas organizações, que demonstram a efetividade de compartilhar informações e melhorar a produtividade. A internet como apoio a marketing é outro modo de reconhecer a pertinência da rede, em suporte a campanhas em mídias tradicionais e como plataforma para promoções e jogos. A captação de novos talentos também é outro indicador, porque já vem sendo feita via redes sociais, com evidente economia e precisão de perfil. Conteúdos informativos distribuídos têm mostrado força como geradores de novos negócios e foram outro apontamento daquelas organizações com experiência nas interfaces online. “Em geral, a mentalidade tradicional nas empresas é de restrição de informação”, comenta Adriana.

Como marcas de esforços inadequados para o meio, foi citada pelos entrevistados a manutenção de perfis falsos ou manipulados, em que a interação em redes sociais feitas por funcionários que se passam por clientes satisfeitos. Quando a idéia era excelente, muitos casos relatam problemas técnicos que impediram a execução, sendo outro ponto de preocupação. O alarde sobre lançamentos de portais, conteúdos ou campanhas que não se concretizaram na data ou forma divulgada vem acrescer na política imprópria para a presença digital, bem como não ter uma identidade única na internet e fora dela, ocasionando falta de alinhamento na comunicação e resultados abaixo do esperado.


Por Rodrigo Cogo / São Paulo

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