Comunicadores tentam visualizar o futuro das interações online

Comunicadores hoje são caçadores de tendências. Num período de tamanha transição - de um lado postulados e práticas tradicionais de alcance de audiência e preferência de consumidores; e de outro, intercâmbios e diálogos permanentes com públicos diversos - não se pode falar com segurança em formatos estabelecidos de contato. Foi o que se viu no Web Expo Fórum, organizado pela Converge Comunicações no Centro de Eventos do Shopping Frei Caneca no final de março de 2010 em São Paulo/SP.


Para Eric Klinker, CEO da Bit Torrent, “todos vivemos nesta idade de ouro da experimentação de modelos transmedia”. A internet, basicamente, veio resolver um problema de escassez (ou concentração) de mídia e de conteúdos. Ele defende o conceito de “affinity network”, como engajamento mais intenso e produtivo entre pessoas com interesses específicos efetivamente em comum, em substituição ao “social network”. Isto pode colaborar com a qualificação das informações trocadas no atual caos da rede. Entende que a conexão entre as pessoas é otimizada com modelos mais pessoais e artesanais, com mais valor agregado aos produtos e serviços. A Bit Torrent é uma imensa rede de consumidores usando softwares e websites para obter e compartilhar conteúdo de pessoas para pessoas. São 100 milhões de usuários ativos, com ênfase para troca de vídeos (entre 60 e 70% do tráfego), com predominância para filmes e games. Aliás, com o aumento do tamanho das telas e mesmo sua variedade e com o alastramento da banda larga, Klinker aposta na linguagem audiovisual.

A visão não é diferente para Luca Messaggi, diretor da Zooppa (http://zooppa.com.br), para quem o futuro da publicidade está em unir vídeo online e redes sociais. O compartilhamento de vídeos na rede acontece basicamente por email, mas o networking via redes sociais vem sendo cada vez mais ativado. Ele aposta no formato “crowdsourcing advertising”, uma proposição coletiva de conteúdos publicitários com difusão viral, coordenado por uma marca. A criação sai das agências e vai para a rede numa concorrência livre pela melhor ideia, remunerada posteriormente. Os participantes, altamente engajados, geram buzz pelo prazer de participar, mas acabam também ganhando dinheiro se seus trabalhos forem escolhidos e veiculados oficialmente. A Zooppa administra atualmente uma comunidade internacional de criadores com 60 mil membros ­ seis mil deles brasileiros. Além do último comercial do intervalo do Super Bowl nos Estados Unidos ter sido criado desta maneira, também o Google veiculou um VT resultante de um concurso competitivo de criações entre seus funcionários. Messaggi explica que os criadores responsabilizam-se pela propriedade intelectual, inclusive judicialmente. De todo modo, via plataforma da empresa, se houver indicação de qualquer violação, o material é retirado do ar. As votações de escolha da melhor proposta têm três possibilidades ­ triagem pela própria comunidade Zooppa em níveis e pesos distintos (júnior e sênior), pela própria marca contratante e pelo Conselho da empresa. Os valores de premiação também variam em cada fase, de acordo com a estratégia do anunciante. (ler mais em mundorp.com.br)

Por Rodrigo Cogo / São Paulo

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